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CULTURA

A Bagaceira

Inspirado no Brejo e na obra de José Américo de Almeida, artista plástico Flávio Tavares, cria painel para o Centro de Artes da UFPB.

Publicado em 13/10/2012 às 6:00


Quem primeiro nos recebe no ateliê são seus dois cães de guarda. "Eles não são de nada", avisa Flávio Tavares, de bermuda e chinelo, guiando a reportagem pelo jardim que conduz ao galpão onde o painel de 8 x 2,6 metros se ergue imponente.

"Aqui está. Trabalho nela há mais de um mês, de manhã, de tarde e de noite", diz o artista apresentando sua obra, uma imensa pintura a óleo encomendada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para figurar no futuro Centro de Artes da instituição.

Pincelando incansavelmente ao som da Pastoral de Beethoven, diante de uma mesa bagunçada onde tubos de tinta se misturam a livros como A Bagaceira (1928), de José Américo de Almeida, Releitura de A Bagaceira (1987), de Ângela Bezerra de Castro, e Manual do Artista (1940), de Ralph Mayer, o artista vai aos poucos revelando um cenário híbrido entre o Sertão e o Brejo, dois espaços que se encontram na prosa do grande homenageado.

"Quando a encomenda me foi feita, há dois anos, pensei em pintar José Américo de Almeida pela sua importância na fundação da UFPB, em 1955, e pela criação do primeiro curso superior na cidade de Areia", explica Flávio Tavares.

Como João Pessoa em No Reinado do Sol, obra exposta no hall de entrada da Estação Cabo Branco, a cidade brejeira está representada no painel intitulado provisoriamente de A Bagaceira.

"Já esbocei vários outros nomes", conta Tavares, mostrando um papel com títulos rabiscados de caneta. "Mas acho que vai ficar esse mesmo".

Divididas por uma árvore de copa frondosa, tema já explorado em A Vista de São José ao Sertão da Paraíba, quadro de 2006, duas paisagens se destacam: a árida topografia das pedras sertanejas e o Brejo, com suas bolandeiras e engenhos como o Olho d'Água, local onde Zé Américo nasceu. O escritor aparece com a sua família, retratados debaixo da árvore, bem no centro da obra.

Segundo Flávio Tavares, é a primeira vez que seu pincel se inspirou em registros fotográficos para compor outros dois elementos que saltam aos olhos de quem admira o quadro (que ele prevê concluir em novembro): a cena clássica do documentário Aruanda (1958), fotografada por Rucker Vieira, e uma imagem feita por Antônio David, amigo pessoal do artista.

A homenagem ao filme de Linduarte Noronha é também uma referência ao Núcleo de Memória e Documentação (Nudoc) da UFPB.

Imagem

Jornal da Paraíba

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