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CULTURA

Samba segundo Martinho

Comemorando 45 anos de carreira, o artista lança o projeto 'SambaBook', livro infantil e resgata sua 1ª participação fonográfica.

Publicado em 09/06/2013 às 13:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 12:12


São 75 anos de vida completados este ano em pleno carnaval carioca, onde sua escola de coração levou o título – sendo ele um dos autores do samba-enredo – e 45 anos dedicados ao tradicional samba de raiz.

No final desse semestre, Martinho da Vila lança vários projetos, dentre eles o SambaBook com direito a CDs, DVD, Blu-Ray e discobiografia, mais um livro dedicado ao samba para as crianças e o resgate inédito do seu primeiro registro fonográfico.

“Na história do samba, o samba nunca foi importante. Nunca houve um projeto para o samba com essa magnitude toda”, elogia Martinho em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA sobre o projeto SambaBook. “Geralmente, quando fazem uma História da música, sempre parte por outros seguimentos. O samba geralmente entra pelas ‘beiradas’. Hoje isso mudou bastante”.

O artista fluminense é o segundo homenageado da série produzida pela Musickeria. No primeiro, dedicado a João Nogueira e lançado no ano passado, Martinho foi convidado para fazer um dueto com o filho do homenageado, Diogo Nogueira, na música ‘João e José’. “A impressão que eu tinha era que o João estava ao meu lado”, relembra aos sorrisos.

A princípio, a Musickeria queria que ele acompanhasse de perto o desenrolar do projeto, mas o sambista queria evitar se auto-homenagear. “Eles escolheram os intérpretes, eles escolheram as músicas e ficou tudo muito bom”.

O kit inclui dois CDs, DVD, Blu-Ray, livro e fichário com partituras de 60 clássicos do poeta da Vila, que podem ser vendidos separadamente.

ROCK’N’SAMBA
Com todas os arranjos originais, foram convidados 24 intérpretes, além da participação da orquestra sinfônica da Petrobras para o SambaBook. “Alguns são parceiros, outros já gravaram músicas minhas”.

Dentre os que marcam presença estão Paulinho da Viola (que abre com ‘Quem é do mar não enjoa’), Ney Matogrosso (‘Ex-amor’), Leci Brandão (‘Casa de bamba’), Luiz Melodia (‘Disritmia’), João Bosco (‘Menina moça’), Elza Soares (‘Madalena do Jucu’), Zeca Baleiro (‘Pequeno burguês’), Pedro Luís (‘Pra que dinheiro?’), além dos filhos Mart’nália (‘Segure tudo’), Tunico da Vila (‘Meu off Rio’) e Maíra Freitas (‘Fim de reinado’), entre outros.

O que mais impressionou o sambista foi uma convidada inusitada. “Eles falaram: ‘A gente está pensando em colocar uma pessoa que não é muito do samba para cantar’. Eu falei: ‘Pode colocar porque qualquer um sabe cantar samba’”.

Quando falaram que era a Pitty, Martinho da Vila ficou com um pé atrás. “Geralmente no rock, a voz não é fundamental.

Fundamentais são o impacto e o som pesado”.
Já conhecendo a roqueira baiana, que em um programa de TV confidenciou gostar de várias músicas do seu repertório, Martinho pensou que ela “iria falar mais do que cantar”, mas Pitty se revelou uma grande intérprete na ótica dele quando cantou ‘Roda ciranda’. “É uma música difícil que ela escolheu”, analisa. “Precisa de uma interpretação direita porque começa ‘miúda’, com poucos instrumentos, já criada para ser dessa maneira”.

DISCOBIOGRAFIA
O livro Martinho da Vila - Discobiografia (Casa da Palavra, 304 páginas), de autoria do jornalista Hugo Sukman, narra a trajetória profissional e pessoal do cantor e compositor através de seus discos como capítulos. “Sukman pesquisou tudo. Só falei com ele um dia”.

Nascido na pequena Duas Barras (RJ), seu retiro até hoje, e criado na Serra dos Pretos Forros, no início de sua carreira o livro revela que pensavam que ele era, na verdade, da Bahia.

“Nos anos 1960, surgiram muitos artistas baianos como Gil, Gal, Caetano e Bethânia. Eu surgi nos festivais que também estava esse pessoal. Com o meu jeito, meio manso, as pessoas pensavam que eu era baiano”, relembra. “Hoje eu sou baiano, Tenho até o título de cidadão baiano.”

Sem fazer parte do kit SambaBook, está sendo lançado pela primeira vez em CD Martinho da Vila e amigos - Nem Todo Crioulo é Doido (Discobertas), produzido originalmente em 1968.

“Lançaram como meu primeiro disco, mas não é. Um disco coletivo que a gente chamava de ‘pau de sebo’ por juntar vários artistas. Graças a esse disco – que eu cantei algumas faixas – a gravadora me contratou”.

Além de Martinho (que deu ‘sinal verde’ para o atual lançamento), o disco conta com Darcy da Mangueira, Zuzuca, Anália e Antônio Grande. “Lançaram esse LP de várias maneiras na época e não ganhei nenhum centavo com isso!”

Fora do cenário musical, o artista está lançando sua 12º obra literária intitulada O Nascimento do Samba (ZFM, 44 páginas), com ilustrações do cartunista Ykenga. “Criei uma história descontraída pra indiretamente ir informando a história do samba”.

Com todo esse panorama e anos de batuque, Martinho da Vila olha para o retrovisor e não se arrepende da sua evolução no samba-enredo da vida. “Eu gosto das coisas que fiz porque fiz bem pensado. Eu gravo as coisas que eu gosto, gravo pra mim mesmo. Até o show eu faço para me divertir. Talvez eu fizesse diferente hoje porque tenho outra informação, outro tempo...”

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Jornal da Paraíba

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