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VIDA URBANA

Violência em crianças: 56% dos casos são praticados pelos pais

Caso do menino Everton, de Sumé, assassinado em um ritual de magia negra, ilustra o contexto de vulnerabilidade das crianças negligenciadas pela família.

Publicado em 15/04/2016 às 7:02

A morte de um menino de apenas 5 anos, que supostamente teria acontecido durante um ritual de magia negra, em outubro do ano passado, com a participação da mãe na cidade de Sumé, Cariri paraibano, completou seis meses essa semana e ilustra bem o cenário vulnerabilidade ao qual muitas crianças estão submetidas dentro de suas casas. Isso porque, 56,5% dos casos de violência contra crianças e adolescentes na Paraíba têm como autores os próprios pais das vítimas, de acordo com os dados do Balanço Geral do Disque Direitos Humanos (Disque 100).

A estatística é referente ao ano de 2015, quando foram registradas 4.913 denúncias de negligência contra crianças e adolescentes pelo Disque 100. Desse total, 2.778 casos são de crimes praticados pelos pais das vítimas, subvertendo a lógica de proteção e carinho que se espera vir dessas pessoas. Ainda conforme o balanço, é das mães que parte a maioria desses registros contabilizados, uma vez que 1.992 denúncias foram de negligências cometidas pela mãe, enquanto que 786 foram praticadas pelo pai.

Umas das formas de coibir esses crimes é a punição e no caso do menino de sumé, Everton Siqueira da Silva, quatro pessoas estão presas acusadas de participação direta nele conforme as investigações policias, que foram: a mãe da criança, Laudenice dos Santos Siqueira; o padastro, Daniel Ferreira dos Santos; um amigo da família, Denivaldo Santos Silva e o suposto 'pai de santo' Wellington Soares Nogueira. A mãe está na Penitenciária de Recuperação Feminina Maria Júlia Maranhão, em João Pessoa, já o padastro e o amigo da família estão na Penitenciária dr Romeu Gonçalves de Abrantes (PB1), também em João Pessoa.

O suposto 'pai de santo' inicialmente estava preso na capital, mas foi transferido para um presídio em Catolé do Rocha, no Sertão paraibano, por questões de segurança. Na época do crime, um deficiente psiquiátrico, João Batista Alves, também havia sido preso, mas foi assassinado dentro do PB1 e o acusado de ter cometido esse crime é o padastro da criança. Everton havia desaparecido no dia 11 de outubro de 2015 e foi encontrado morto em um matagal no início da manhã do dia 13 de outubro 2015, com o tórax aberto e o pênis decepado.

A primeira audiência de instrução e julgamento dos quatro acusados de participação do assassinado de Everton foi marcada pela juíza Michelini Jatobá para acontecer no dia 18 de maio desse ano, no Fórum Desembargador Arquimedes Souto Maior Filho, às 8h30, em Sumé. “O nosso objetivo é o de acelerar o andamento do processo, não só por envolver réus presos, mas também por conta da complexidade dos fatos e da grande comoção que envolve o caso. Por isso, o clima na região é de expectativa para a audiência já marcada, o que nos levou a adotar providências junto aos órgãos de segurança do Estado, para garantir total segurança no Fórum, prevenindo, assim, distúrbios que comprometam a ordem pública e riscos à integridade física das pessoas acusadas”, comentou a juíza Michelini Jatobá.

Conforme a psicanalista e psicóloga clínica Ana Paula Porto, assim como no caso de Envrton, outras situações de negligência se manifestam no contexto familiar, e, por conta disso, as pessoas que participam do convívio com as vítimas, devem estar observar a forma como elas se comportam. “Os educadores e os cuidadores devem ficar atentos aos sinais que as crianças demonstram. As vítimas muitas vezes se sentem culpadas e envergonhadas e dificilmente falam. Por isso as pessoas próximas a elas precisam observar bem o comportamento delas”, pontuou.

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Jornal da Paraíba

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