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VIDA URBANA

Soldado e oficial têm preparações distintas

Coronel disse que soldados atendem ocorrências e o oficial comanda a tropa.

Publicado em 07/07/2013 às 9:40 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:20

O diretor do Centro de Ensino reconhece a distância entre a preparação de um oficial e dos praças, mas disse que não dá para comparar apenas por comparar. Segundo ele, o curso de formação de soldados tem duração de nove meses e nesse período os alunos estudam e praticam o que aprendem. “Eles têm aulas de defesa pessoal, mas também veem matérias ligadas à parte jurídica, sociologia, etc”, afirmou. “É importante lembrar que a formação do soldado é fundamental para a polícia, pois é ele quem primeiro atende a ocorrência”, declarou o coronel Sales Júnior.

Durante a formação de soldados, são disponibilizados outros dois cursos, um de polícia comunitária e outro de táticas em dupla.

“Todos os nossos soldados são treinados para agir em dupla, com aulas de tiro defensivo. Eles precisam saber utilizar a ferramenta de trabalho dentro da legalidade e da racionalidade”, comentou o coronel. Ele lembrou que sempre que há concurso público para soldados, a concorrência é sempre alta, o que implica em maior nível intelectual dos aprovados.

Em relação ao CFO, o coronel declarou que ele é destinado a formar pessoas para comandar a tropa. “A responsabilidade é maior”, disse. O CFO é um curso superior, quem o conclui se torna bacharel em segurança pública. O de soldado, portanto, é comparado a um curso técnico. “As duas formações são de qualidade. Temos soldados com cursos de especialização, outros com mestrado”, argumentou.

De acordo com o coronel, não há uma regulamentação que determine a quantidade mínima de tiros nos cursos, mas afirmou que nas duas últimas etapas de formação de soldados, os alunos deram cerca de 120 tiros mais 80 no curso de táticas em dupla, totalizando 200. No CFO a quantidade de tiros varia de 300 a 400.

“As aulas de tiros são regulares, não entendo o porquê das denúncias”, declarou.

Em relação à deficiência nas aulas de abordagem policial, o coronel também afirmou desconhecer reclamações. “Os alunos têm aulas sim, inclusive saem para as ruas para aprender na prática”, explicou.

Ele disse que todas as denúncias serão apuradas pelo Centro de Ensino. Por fim ele disse que tanto oficiais quanto praças são orientados a ter um bom tratamento com as pessoas. “Isso vai refletir diretamente na imagem que a população tem da polícia”, afirmou. Questões de corrupção envolvendo policiais são constantemente discutidas em sala de aula, como forma de alertar os alunos sobre qual caminho não seguir, em nenhuma hipótese.

POLICIAIS CIVIS: CURSO DURA DE 4 A 5 ANOS

O tempo médio de formação dos policiais civis varia entre quatro a cinco meses, com carga horária de 800 horas, quase o dobro do que era em 2003, conforme informou o diretor da Academia de Ensino da Polícia Civil (Acadepol), Bergson Almeida de Vasconcelos. Segundo ele, atualmente, durante o curso de formação, o aluno dispara algo em torno de 150 e 200 tiros.

Situação bem diferente da de dez anos, quando ele fez o curso de formação. “Quando eu fiz o curso havia uma grande dificuldade de munição. Teve turma que só fez 18 disparos”, declarou. De acordo com o diretor, hoje as aulas de tiro correspondem a 10% da carga horária total, o que vai resultar em 80 horas. “Os alunos da Polícia Civil fazem disparos de todos os calibres, em todos os tipos de arma”, afirmou.

Segundo Bergson, a maioria das academias de polícia do país segue uma matriz curricular nacional, desenvolvida pelo Ministério da Justiça. A Paraíba está inclusa. A matriz é revisada a cada dois anos, para garantir a atualização do currículo. “Não tenho dúvida que a grade está bem atualizada e que os policiais civis são bem
preparados”, declarou. No ano passado cerca de 800 policiais foram formados na academia. Este ano, pelo menos 300 já se formaram.

Quando a nova sede da Acadepol for concluída, os policiais terão a oportunidade de fazer cursos de treinamento de tiro. “Cada policial terá uma cota anual de 50 munições para usar na Acadepol e garantir a prática. Isso vai ser fundamental para a atividade”, disse.

As aulas de defesa pessoal ensinam aos policiais a técnica krav magá, utilizada pelo exército de Israel.

Em relação às técnicas de abordagem, o diretor da Acadepol disse que os alunos também recebem treinamento, mas o maior problema enfrentado pelos policiais civis diz respeito à falta de reciclagem. “Os policiais precisam ser treinados constantemente. Nossa intenção é incrementar atividades operacionais que incluam aulas de tiro, defesa pessoal e técnicas de abordagem”, declarou.

O curso de formação dos policiais civis é etapa obrigatória para os aprovados no concurso público para o cargo. Atualmente a academia conta com seis salas de aula, mas a nova sede vai ampliar esse número para 15. Possui também sala de armas e munições, sala com simulador de tiro, etc. Na nova sede, segundo o diretor da unidade, os alunos vão contar com uma cidade cenográfica, onde serão simuladas situações reais.

Em visita à Paraíba, na semana passada, a ministra Maria do Rosário Nunes, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, revelou que há um grupo estudando o curso de formação no país.

COMANDANTE DIZ QUE PM É BEM PREPARADA

O comportamento de policiais nas manifestações atuais que ocorrem em todo o país desde o início de junho tem sido motivo de muita discussão. No Maranhão, a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil vai apurar as denúncias de abuso e violência policial durante as manifestações realizadas em São Luís. Denúncias também em Brasília. Um homem teria desmaiado após ter sofrido agressão por parte de policiais militares no protesto. O confronto ocorreu na frente do Congresso Nacional.

No Pará também surgiram reclamações de abusos cometidos por policiais na manifestação ocorrida em Belém. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) as denúncias apontam repressão truculenta, desnecessária e desrespeitosa contra os manifestantes. Os soldados não estariam devidamente identificados e teriam descumprido as normais impostas para um protesto pacífico. O caso está sendo investigado.

Na Paraíba, ao contrário do que se viu em outros Estados, as manifestações foram pacíficas. Para o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Euller Chaves, isso é uma prova da boa preparação da polícia paraibana. Segundo ele, os alunos soldados foram escalados para os protestos e mostraram equilíbrio nas ruas. “Essa é a maior prova que temos de que os soldados são sim bem preparados. Quem diz o contrário é porque desconhece”, afirmou.

O coronel disse também que as denúncias de que os soldados não têm uma boa formação não correspondem à verdade. “O currículo é abrangente e tem disciplinas envolvendo a questão dos direitos humanos, tão importante para a formação de um policial”, declarou.

“São nove meses de preparação. Nesse período os alunos atiram bastante e conhecem todas as armas”, comentou. Ainda de acordo com o comandante, os soldados recebem preparação psicológica para que possam manter o equilíbrio e a tranquilidade nas ações. “Nos protestos, nenhum tiro, seja de arma letal ou não, foi disparado”, argumentou o coronel.

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Jornal da Paraíba

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